A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Maria divulgou nota, na última sexta-feira, esclarecendo sobre a operação policial que investiga desvio de mais de R$ 10 milhões na Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL). Segundo a nota, a entidade "não possui qualquer relação comercial, institucional, bem como vínculo contratual, federativo e associativo com a FCDL".
A CDL se desfiliou da Federação dos Lojistas em 2012 e, de lá para cá, encontra-se em litígio com a entidade, que tem sede na Capital. Desde 2012, a câmara lojista santa-mariense é vinculada à CDL de Porto Alegre e afiliada à Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo (AGV), entidade que congrega mais de 130 câmaras e sindicatos lojistas, bem como associações comerciais do Estado.
"A CDL Santa Maria, portanto, lamenta o ocorrido, em virtude do grande número de entidades coirmãs e empresas do varejo indiretamente prejudicadas com esse caso. Mas ressalta que não possui qualquer vínculo ou mesmo relação não oficial com a FCDL, e deseja que tudo seja esclarecido da forma da lei, afastando assim qualquer demérito que possa recair sobre a CDL Santa Maria", concluiu a nota divulgada pela diretoria da Câmara de Dirigentes Lojistas santa-mariense.
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Em entrevista ao Diário, a presidente da entidade, Marli Rigo, reafirmou que a entidade não tinha mais nenhuma relação comercial com a FCDL.
- Usávamos o banco de dados da Federação. Porém, na época, economicamente não estava mais sendo viável e as informações não eram eficientes. Então, se decidiu romper com a FCDL e passamos a utilizar o banco de dados da CDL Porto Alegre - explica Marli.
A Operação Lojista foi desencadeada na última sexta-feira pela Polícia Civil, que cumpriu mandados de busca e apreensão em três municípios - Porto Alegre, Novo Hamburgo e Três Coroas. Segundo a polícia, dois dirigentes e dois funcionários da FCDL teriam desviado recursos da entidade durante 13 anos por meio de notas frias e simulação de prestação de serviços. Eles são suspeitos de estelionato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e organização criminosa.
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Os supostos crimes teriam sido cometidos na gestão do empresário Vitor Augusto Koch à frente da FCDL. Em seu perfil no Facebook, Koch nega as suspeitos de irregularidades. "Repudio totalmente as acusações e a exposição do meu nome. Não cometi nenhum ilícito, crime ou irregularidade, conforme comprovam as aprovações de todas as contas da FCDL-RS pelos órgãos competentes", escreveu o atual presidente da Federação dos Lojistas.
Em nota, ele diz: "Ao longo dos últimos tempos, por força de uma guerra política que se instaurou na entidade após o último pleito eleitoral, sofri tentativa de extorsão e ameaças, objeto de ocorrência policial por mim registrada, exatamente por não compactuar com procedimentos escusos que me foram propostos pelos denunciantes. Tudo será comprovado e as consequências dos prejuízos serão devidamente atribuídos", afirma Koch, na nota.